Wilson Neto nasceu em Fortaleza no início dos 80. Se a geração 80 ficou conhecida pela volta do prazer da pintura manual, Wilson expandiu a sua arte até o ilimitado mundo virtual. No início eram o papel e as cores primariamente espontâneas o suporte para os desenhos mínimos ou gestuais; logo depois lonas e retalhos, sobras industriais e objetos descartáveis passaram a ser os suportes escolhidos pelo seu despojamento e informalidade. Hoje, as tramas de fios, a argila moldada, os pixels ou mesmo o papel são apenas suportes para seu registro diário no seu fazer artístico. Brut, Naif, Kitsch, Oitentista, Expressionista, Transvanguardista, Digital ou Decorativo são nomenclaturas apenas: Wilson sai costurando suas figuras entre estilos e técnicas com a mesma informalidade que norteia os autodidatas como ele, negando, apagando, reafirmando ou remetendo a cada obra algo de que viveu apenas com o olho histórico. Intuitivo, Wilson sabe que os parâmetros da arte já foram rompidos antes mesmo do seu nascimento e que, hoje, há espaço dentro do que produz para artesania e tecnologia, matéria e virtualidade, pintura e conceito - sem estarem atados a rótulos e sim ao prazer de fazer apenas.